A segunda vida de António Costa
Outubro 07, 2015
adamirtorres
A morte política de António Costa é manifestamente exagerada – ele pode ter tido muito mais sorte na noite das eleições do que aquilo que parecia à primeira vista. PSD e CDS-PP ganharam votos suficientes para formar governo mas não os votos suficientes para dispensar o PS. Bloco e CDU ganharam votos suficientes para endurecer o discurso mas nada podem fazer sem o aval dos socialistas.
E estas posições podem muito bem permitir a um António Costa habilidoso aparecer como o fiel da balança da próxima legislatura, votando à direita quando tem de ser e à esquerda quando lhe apetece; colocando o fatinho pró-europeu para ir a Bruxelas com o PSD e com o CDS-PP, e a samarra anti-austeridade para se compungir ao lado do trabalhador arfante com o Bloco e com o PCP.