"No verão de 1989, um grupo de soldados mujahedin (guerreiros islâmicos), que haviam acabado de vencer a guerra contra a União Soviética no Afeganistão (1979-1989), imigrou para a Ásia Central, Oriente Médio e, finalmente, EUA. Esse grupo tomou conta de uma mesquita no Brooklyn, em Nova York, e escolheu o xeque Omar Abdel Rahman, um fundamentalista egípcio, como líder espiritual.
Em novembro de 1990, o grupo realizou seu primeiro ataque em solo americano, matando um rabino radical, Meir Kahane, em plena Manhattan. Um militante foi preso ao tentar fugir do hotel onde o assassinato havia sido cometido. Em sua casa, a polícia encontrou armas, munição e textos em árabe proclamando a “destruição dos edifícios do capitalismo”.
Os oficiais também encontraram fotos de pontos famosos de Nova York, como a Estátua da Liberdade e o World Trade Center (WTC).
O homem foi preso, mas logo considerado um lunático. Os oficiais e policiais deixaram passar evidências de que ele não havia agido sozinho e, na verdade, contava com um grande grupo por trás. A maioria do material em árabe apreendido, na verdade, só foi traduzido vários anos mais tarde.
Os cúmplices do suposto lunático só foram presos três anos mais tarde, depois de levar uma van cheia de explosivos até a garagem do WTC. Ao meio dia da sexta-feira 26 de fevereiro de 1993, uma bomba em uma van deixou seis mortos.”
O trecho acima foi retirado do livro “102 Minutos - A História Inédita da Luta Pela Vida nas Torres Gêmeas”, dos jornalistas Jim Dwyer e Kevin Flynn, e ilustra as falhas na inteligência americana antes do 11 de Setembro. Um ano depois dos ataques de 2001, o Congresso americano, sob pressão do lobby das famílias das vítimas dos ataques, estabeleceu uma independente de investigação por meio da Comissão Nacional 11/9.
O relatório elaborado pela comissão aponta diversas falhas no recolhimento de informação de inteligência e coordenação dos dados obtidos em relação às fronteiras, segurança aérea e reação a emergências. Enormes problemas de comunicação entre a CIA e o FBI em relação a investigações também foram apontados como uma falha.
No documento, a comissão revela que os ataques não foram exatamente surpreendentes para a inteligência americana. Os atentados foram somente o resultado final, e o mais mortal, de uma série de ações iniciadas anos antes, com até alguns agentes os tendo previsto. A comissão descobriu que relatórios sobre as ameaças de um ataque iminente eram claros, pediam urgência e foram apresentados com mais persistência do que o governo americano queria reconhecer.
Alguns desses relatórios, por exemplo, enfatizavam totalmente o papel da Al-Qaeda e o uso que rede terrorista pretendia fazer de aviões comerciais como armas. A organização dos atentados foi coordenada dentro dos EUA, durante dois anos, e ninguém, nem a polícia nem o governo, os deteve.
De acordo com a Comissão 11/9, o governo Bush recebeu um documento sobre os ataques um mês antes deles, em 6 de agosto de 2001, chamado "Bin Laden Determinado a Atacar em Solo Americano".
Além do WTC, os terroristas também conseguiram jogar um avião contra o Pentágono e sequestrar uma aeronave que caiu na Pensilvânia depois que os passageiros tentaram tomar seu controle.
Fonte: IG