Dois factos permitiram que as torres do WTC, que foram finalizadas em 1973 após quase sete anos de construção, se tornassem dois dos prédios menos seguros do mundo no caso de um incêndio:
Primeiramente, elas eram propriedade da Autoridade Portuária de Nova York e New Jersey, ou seja, órgão público pertencente a dois Estados que era praticamente acima da lei em relação às normas de segurança. Em segundo, as torres foram construídas seguindo o código de construção de 1968 de Nova York, um dos menos restritos e mais influenciados pela indústria imobiliária.
De acordo com um artigo do jornal New York Times, o código de construção de 1938, anterior ao de 1968, “exigia materiais específicos, como tijolos e concreto, na construção de um prédio alto, para proteger em caso de um incêndio". Além disso, o código de 1938 determinava que as colunas de um prédio tinham de suportar o fogo por pelo menos quatro horas. O código de 1968 reduziu esse número para três, sem especificar qual material teria de ser usado nos prédios.
A flexibilidade criada por ele permitiu à Autoridade Portuária reduzir enormemente o uso de concreto na construção das torres. Segundo relatório do ex-chefe dos bombeiros de Nova York Vincent Dunn, especialista em incêndios em prédios altos, com mais de 43 anos de experiência na sua área, diferentemente da construção clássica de edifícios altos, os pilares fundamentais das Torres Gêmeas estavam concentrados no centro do edifício, juntamente com os elevadores. Além disso, a estrutura era feita de 60% aço e 40% concreto, quando o modelo clássico estipula exatamente o contrário.
Esse tipo de estrutura inovadora realmente absorveu o impacto imeadiato dos aviões, conforme haviam atestado os engenheiros que as construíram. Elas não desabaram imediatamente. Sua estrutura revolucionária, porém, respondeu muito mal aos minutos que se seguiram sob incêndio e calor extremo. “Quanto mais concreto, menos o fogo se alastra”.
Cada andar das torres do WTC era praticamente uma área aberta, como passaram a ser os escritórios modernos, sem paredes do chão até o teto. “Esse projeto permitiu que o fogo se espalhasse muito mais rapidamente em cada andar e, disseminando-se pelas saídas de ar do ar-condicionado central, por todos os andares do prédio”, relatou o ex-chefe dos bombeiros.
Como cada andar suportava o peso apenas do andar imediatamente acima, assim que os andares mais altos começaram a desmoronar pela destruição causada pelo fogo, todos os andares foram pressionados consecutivamente. Isso ajuda a explicar por que os prédios desabaram completamente: assim que os andares superiores começaram a desabar, a pressão sobre os andares mais baixos era superior ao que eles podiam aguentar.
Fonte:IG